Um dos dias do festival Rock in Rio, batizado de “Dia do Brasil”, não programou nenhum artista do Norte, dos estados da Amazônia, hoje no centro dos debates mundiais.

A bronca dos artistas do Norte do Brasil é grande e proporcional ao tamanho da discriminação do festival; aliás, também nenhum artista do Sul foi convidado.

Baile do Mestre Cupijó, tributo ao músico paraense, um dos maiores do Brasil

A cantora Fafá de Belém deu a largada nos protestos em suas redes sociais, perguntando se “o Norte será sempre visto como peça decorativa de festas da elite?”

“O maior festival de música do país tem um DIA BRASIL e nos coloca da porta para fora. Mais uma vez nos provam que o Norte continua sendo um artigo folclórico usado como e quando querem, para uma imagem cool“, disse Fafá.

Clipe do músico Fineias Nelluty, cantor, compositor e guitarrista do Amapá

O cantor e compositor Felipe Cordeiro, por sua vez, chamou o “Dia do Brasil” de “dia da música parcialmente brasileira“, denunciando a exclusão do Norte do cenário da música nacional.

“Não há como, de maneira honesta, falar do Brasil sem falar de Amazônia”, disse ele, lembrando da importância dos gêneros, da criatividade, da modernidade da música amazônica.

Diante da repercussão negativa, “vazaram” informações na mídia dizendo que o line-up ainda está em construção que estaria havendo negociação com artistas de outras regiões.

Já o guitarrista e produtor Félix Robatto alerta que o Rock in Rio “é só a ponta do iceberg”, afirmando que “o Norte sempre foi cota pra um monte de festivais de música no país”.

“Tem um monte de CUrador que não conhece nada daqui de cima e se diz especialista em música brasileira. No dia que nortista parar de babar ovo de picareta, será libertador”, completou.

Para saber mais

Para conhecer a história e entender a música do Norte, a recém recriada Senhor F Social Club oferece aos interessados uma seção especial – Amazônia Big Rave – voltada para falar dos pioneiros e da nova cena da região.

Ainda, Senhor F Livros publicou o manual/roteiro para conhecer a história recente da música do Norte chamado “Ondas Tropicais – A invenção da lambada e do beiradão na Amazônia moderna“.

Senhor F Social Club também disponibiliza várias playlists para conhecer a música produzida na região Norte, desde os pioneiros até os artistas modernos.

PARA OUVIR – Ouça a playlist “AMAZÔNIA BIG RAVE – Cobra Norato (super play)“, com 19 horas de músicas e cerca de 300 artistas da região.

Entrevista exclusiva

Assista abaixo entrevista com Manoel Cordeiro, que fala sobre a construção da moderna música da Amazônia e seus ritmos.

Entrevista com Manoel Cordeiro, que fala da história da moderna música da Amazônia

Foto: Dona Onete (Divulgação/Reprodução)

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