Após a criação da então Senhor F – A Revista do Rock, do programa Senhor F – A História Secreta do Rock Brasileiro (na Usina do Som) e do evento Noite Senhor F, o selo Senhor F Discos ampliou a “corporação” independente, sob comando do jornalista Fernando Rosa.
Em parceria com Philippe Seabra, da Plebe Rude e seu Estúdio Daybreak, o selo foi anunciado em 13 de dezembro de 2003, em uma Noite Senhor F, em Brasília, com shows das bandas Relespública (de Curitiba) e do combo local Clash City Rockers.
Objetivo inicial do selo, a coletânea Clássicos da Noite Senhor F – A trilha sonora da nova geração foi lançada no ano seguinte reunindo 22 artistas e bandas que passaram pelo palco do Gate’s Pub, em Brasília, durante os dois primeiros anos do evento.
- “Este CD que você tem nas mãos é o primeiro fruto do empenho de Rosa e Seabra. Aqui estão tiros de 22 promissoras bandas brasileiras que se apresentaram na Noite Senhor F. Não é pouco. É o que há de mais urgente na nova geração musical do país”, registrou no encarte do CD o jornalista Olímpio Cruz Neto, em novembro de 2004.

Os primeiros lançamentos de Senhor F Discos
O lançamento da coletânea chamou a atenção da cena independente e atraiu o interesse de artistas e bandas iniciantes, o que resultou em três lançamentos durante o ano de 2005 e início de 2006 – os discos de Beto Só, Volver e Superguidis.
- O disco de estreia dos gaúchos Superguidis foi um marco na cena independente nacional, pela surpresa de sua sonoridade, pelas letras espertas, pelos seus shows explosivos e pela presença de uma das duplas de guitarristas mais importantes da história do rock nacional.
- A estreia do brasiliense Beto Só ganhou um clipe com a música Meus olhos, “superprodução” local que contribuiu para o sucesso do álbum e para a consolidação do artista na cena da cidade e projeção nacional junto à cena autoral de cantautores.
- Já a estreia da banda pernambucana Volver trazia uma obra repleta de hits clássicos que remetiam ao rock sessentista com toques de Jovem Guarda, além de revelar um dos grandes guitarristas da cena independente dos anos dois mil – Diógenes Baptistela.
Celeiro de grandes guitarristas
Uma das principais características do selo Senhor F, seguindo a clássica tradição do do rock, foi contar com exímios guitarristas que se destacaram na cena independente brasileira, com estilos particulares.
Entre eles estão a dupla Andrio Maquenzi & Lucas Pocamacha (Superguidis), João Eduardo (Los Porongas), Jú (Beto Só), Fernando Brasil (Phonopop), André Vasquez (Sapatos Bicolores), Miguel Martins (Watson), Andriel Cimino (Frida), o já citado Diógenes Baptistela e o mestre Carlo Pianta, da Graforréia Xilarmônica.
Em parceria com outros selos (vejam abaixo), Senhor F Discos lançou a coletânea El nuevo magnetismo da banda argentina El Mató a Un Policía Motorizado, o clássico Ao vivo da gaúcha Graforréia Xilarmônica, o tributo a Emílio & Mauro, Rubin/Esperando el fin del mundo e Frida/Frida.
O quinto lançamento do selo foi a coletânea Terceira Onda – O Novo Rock de Brasília reunindo os principais destaques da cidade que construíram a nova cena independente de Brasília na primeira metade dos anos dois mil.
O quarto lançamento individual do selo Senhor F Discos foi o segundo disco da banda paraense StereoScope, O Grande Passeio Do StereoScope, com mixagem de Gustavo Dreher, que sucedia brilhantemente o clássico Rádio 2000.
Na sequência, vieram os acreanos Los Porongas, Sapatos Bicolores, Watson, Phohonop (seu segundo disco), os três de Brasília, e mais Frida e Bob Shut do Rio Grande do Sul, além do tributo ao Superguidis e os lançamentos recentes de Beto Só.
O selo Senhor F contou com a luxuosa colaboração do designer/capista André Ramos em boa parte dos títulos, além de artistas gráficos das próprias regiões de origem das bandas lançadas ao longo dos anos.
Ao todo, o selo Senhor F Discos lançou 24 CDs e 2 EPs em formato físico e digital oriundos de várias regiões do país, do Acre ao Rio Grande do Sul, passando por Brasília, Pernambuco, Paraná e Pará, além da Argentina.
Um clássico recusado pela fábrica
Os lançamentos de Senhor F Discos contém histórias particulares, como a do primeiro álbum da banda Superguidis, recusado pela fábrica “por baixa qualidade de gravação”, só liberado após o selo assumir a responsabilidade formal pelo resultado da prensagem final.
Superada a incomprensão “técnica” frente a genial produção lofi (de Rafael Arce & banda), o disco do quarteto gaúcho foi saudado por publicações especializadas, como Trama Virtual (“o melhor disco do ano”), revista Bizz, Folha de São Paulo, Rock Press e Revista Dynamite.
Jornais regionais como Correio Braziliense (DF), Diário do Pará (PA) e Zero Hora (RS), por exemplo, também abriram seus cadernos culturais para apresentar o CD, confirmando a importância da obra e capilaridade e a credibilidade da revista/marca Senhor F em todo o país.

Senhor F Virtual e Parada Senhor F
O selo Senhor F Discos também promoveu dezenas de lançamentos de singles, EPs, discos-cheios e coletâneas de artistas espalhados pelo país em seu selo Senhor F Virtual, exclusivamente em formato digital (na época em MP3).
O site ainda produziu a Parada Senhor F, com dez destaques por edição, também em MP3, dando visibilidade para centenas de artistas e bandas de várias cidades e regiões do país, contribuindo para o intercâmbio musical da cena independente.

Veja/ouça o catálogo completo de Senhor F Discos:
SrF 001 – Vários – Clássicos da Noite Senhor (coletânea)
SrF 002 – Beto Só – Lançando Sinais (Brasília)
SrF 003 – Volver – Canções Perdidas Num Canto Qualquer (duas edições com capas diferentes) (Recife)
SrF 004 – Superguidis – Superguidis (Guaíba/Porto Alegre)
SrF 005 – Terceira Onda – O Novo Rock de Brasília (coletânea)(Brasília)*
SrF 006 – StereoScope – O Grande Passeio Do StereoScope (Belém)
SrF 007 – Graforréia Xilarmônica – Ao Vivo (& Estúdio Dreher & Graforréia Xilarmônica) (Porto Alegre)*
SrF 008 – Los Porongas – Los Porongas (Rio Branco)
SrF 009 – Superguidis – A Amarga Sinfonia do Superstar
SrF 010 – Beto Só – Dias Mais Tranquilos
SrF 011 – Volver – Acima da Chuva
SrF 012 – Emílio & Mauro – Um destruidor de Corações … (Curitiba)
SrF 013 – Sapatos Bicolores – Quando o Tesão Bater (Brasília)
SrF 014 – StereoScope – Conjunto de Rock
SrF 015 – Superguidis – 3 + Acústico na Cultura (bônus)
SrF 016 – Watson – Watson (Brasília)
SrF 017 – Beto Só – Ferro-velho de Boas Intenções
SrF 018 – El Mato a Un Policía Motorizado – El Nuevo Magnetismo (2003 – 2011) (& Scatter Records & Lapta Records/AR)
SrF019 – Bob Shut – II (Caxias do Sul/RS)
SrF020 – Frida – Frida (& Southern Recs) (Gravataí/RS)
SrF021 – Phonopop – Film(Brasília)
SrF022 – Superguidis – Manual de Instruções (tributo/vários; digital) (& Scatter Records/AR)
SrF023 – Beto Só – Pra Toda Superquadra Ouvir / Parte 1 (digital)
SrF024 – Beto Só & Jú Oscar – Isso (digital)
SrF025 – Beto Só – Pra Toda Superquadra Ouvir / Parte 2 (digital)
(sem número) – Rubin – Esperando el fin del mundo (& Scatter Records/AR)*
* Indisiponíveis na plataforma Spotify
Foto: Senhor F Social Club.
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