A música vive hoje uma encruzilhada curiosa, contrariando a expectiva gerada na virada do século, que prometia democracia, visibilidade e diversidade, ou seja, algo diferente da “velha indústria”.

De um lado, a dispersão da oferta sonora globalizada, impulsionada por algoritmos que parecem ditar o que é efêmero e o que é hit. De outro, a busca incessante por identidade, um anseio por raízes que o pop digital não consegue fabricar.

É nesse novo momento de questionamentos e do tiroteio digital de algoritmos que surge na Argentina, em meados deste ano de 2025, o projeto FAlklore!, um dos mais potentes fatos culturais da última temporada.

Foto: Kaloian / Prensa FA
  • ¡FAlklore! nace de la iniciativa de Milo J, que encantado después de haber participado como invitado en un ¡FA!, le propuso al equipo conducido por Mex Urtizberea, Nicolás Tolcachier y Fabiana Segovia llevar adelante una propuesta similar pero con foco en la música de raíz, para acercarlo a las nuevas generaciones – site Convivimos.

Assim, com a parceria de MIlo J e Mex Urtizberea, a primeira edição de Falklore” ganhou vida em 20 de junho de 2024, Dia da Bandeira na Argentina, tornando-se um fenômeno de audiência no Youtube.

O primeiro encontro reuniu, sem hierarquias e sem a pressão voraz da indústria, lendas como Soledad Pastorutti, Chaqueño Palavecino, Cuti e Peteco Carabajal, Teresa Parodi e Chango Spasiuk com a nova guarda, incluindo o próprio Milo J e o duo Campedrinos.

O evento FAlklore! rapidamente se transformou em um plugin emocional para uma geração que está mais conectada à internet do que ao “patio de tierra” de seus avós – os dois episódios somam 2,500 milhões, na data desta matéria.

A sessão de duas horas, disponível no YouTube, não apenas viralizou, mas demonstrou que o folclore argentino, historicamente relegado pelos grandes meios, estava sedento por um novo palco.

O encontro intergeracional, onde o novo se deu a mão com o eterno, culminou em um show com ingressos esgotados em 48 horas no Movistar Arena de Buenos Aires, em agosto do mesmo ano (veja vídeo abaixo), com.

Segunda sessão, com três horas de duração

A nova sessão, com três horas de duração, aprofundou a ideia do folclore não apenas como uma identidade popular, mas como uma estética contemporânea.

Nessa edição, Mex e Milo J receberam um elenco ainda mais diverso, incluindo o uruguaio Rubén Rada e a murga Agarrate Catalina, que protagonizaram um dos momentos mais altos ao cruzar o ritmo uruguaio com o clássico “Balderrama” de Cuchi Leguizamón .

A presença de Abel Pintos e Nahuel Pennisi trouxe a reflexão sobre como o folclore pode ser a primeira sensibilidade de artistas que não nasceram no “patio de tierra”, mas em grandes centros urbanos.

Foto: Reprodução.

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