Formada em Dakar no início de 1970, a Orchestra Baobab emergiu em meio ao ambiente musical de dança dos bairros portuários da cidade, ao caldeirão étnico que caracterizava o Senegal urbano e a influência da música cubana.

Ao longos das dezenas de lançamentos, entre singles, cassetes e álbuns, o grupo consolidou uma sonoridade que misturava son cubano, ritmos mandinga, linhas wolof e cantos tradicionais com uma levada elegante, marca registrada da banda.

Um dos bares mais famosos do circuito noturno de Dakar, o Baobab Club, onde tocavam regularmente, inspirou o nome do grupo, batizado de Orchestre Baobab, que logo se tornou referência para bailes e festas na cidade.

A maioria dos seus integrantes originais vinha de outras formações locais importantes, entre eles músicos que passaram pela famosa Star Band, também de origens diversas — mandinga, wolof, peul, guineenses e até um guitarrista vindo do Togo.

Entre os nomes centrais das formações iniciais da Orchestre Baobab estão Balla Sidibé (voz), Issa Cissoko (sax), Rudy Gomis e o guitarrista Barthélémy Attisso, cujo toque límpido e melódico foi decisivo para o caráter da orquestra.

Musicalmente, a Orchestra Baobab trabalhou sobretudo com temas próprios e reinterpretações de son cubano, adaptadas ao paladar senegalês, com arranjos de sopros, solos de clarinete e guitarra, e grooves d percussão.

Carreira, gravações e declínio temporário

Entre o começo dos anos setenta e meados dos anos 1980 a Orchestra Baobab gravou muitos singles e diversos álbuns e cassetes, incluindo vários registros ao vivo no próprio Baobab Club e lançamentos pela Buur e Musicafrique, entre outros.

Com a crise dos grandes bailes e a mudança do gosto musical local, em especial com o surgimento e crescimento da influência do highlife, o grupo saiu de cena no final dos anos 1980, retornando no início dos anos 2000.

Reconhecimento internacional

No início dos anos 2000, relançamentos e compilações por selos e produtores internacionais reacenderam o interesse das novas gerações pela refinada mistura afro-cubana que o grupo havia desenvolvido décadas antes.

Guitarristas e melodias marcantes

Originário do Togo, Barthélémy Attisso é o nome que geralmente aparece como referência obrigatória — compositor, arranjador e guitarrista-solista cuja sensibilidade ajudou a definir o “tom” do Baobab.

A guitarra no Baobab funciona tanto como suporte rítmico quanto como voz solista — linhas curtas, melodias lembrando cantos tradicionais e um uso econômico do fraseado, que pode ser ouvida em seus principais discos.

Discografia sugerida:

  • Orchestre du Baobab (1970–1971)
  • Mouhamadou Bamba (1980)
  •  Viva Bawobab S1 / Si Bou Odja (1981)
  • Pirates Choice (gravado em 1982, relançado em 1989 e 2001 pela World Circuit)
  • Specialist in All Styles (2002)

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