Nas décadas de 60 e 70, pós-revolução de independência anticolonial (em 1958) houve uma explosão da produção musical na Guiné-Conakry, com orquestras (grupos) por todo o país.

Os melhores e mais importantes registros foram gravados e transmitidos pela rádio Voix de la Révolution, e lançados pela gravadora estatal Editions Syliphone (ouça aqui).

Inicialmente conhecida como Radio-Conakry, foi renomeada como Voix de la Révolution, após a independência. Dezenas de discos foram gravados ali, incluindo várias bandas clássicas.

Entre elas, a Bembeya Jazz National, do guitarrista Sekou Diabaté – “Diamond fingers”. Uma das histórias mais ricas da cultura musical africana. Hora dessas, vamos falar mais sobre isso.

Segundo o livro “De la ‘Radio Banane’ à la Voix de la Revolutión – L’expérience radiophonique em Guinée”, de Baggaly Camara, a experiência da rádio na Guiné passou por três grandes períodos.

Entre 1950 a 1955, a rádio esteve ao serviço da metrópole, para servir os interesses exclusivos dos proprietários estrangeiros, fornecendo informações sobre a movimentação de navios bananeiros, especialmente.

Durante o segundo período, de 1956 a 1958, também segundo o livro, a rádio participou ativamente no despertar das consciências, na luta pela independência nacional e na emancipação do continente.

A partir de 1958 até 1984, ainda de acordo com o livro, a rádio contribuiu para a consolidação das conquistas da independência nacional e para a luta pela libertação dos povos africanos do domínio colonial.

Além de desempenhar um papel de liderança na propaganda revolucionária, a rádio Voix de la Revolution destacou-se como um dos principais instrumentos de promoção da cultura nacional e africana.

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