Em 1998, o cantor e compositor David Graham lançou o cd intitulado Beatle School Graduate – Class Of 70′, totalmente “Paul McCartney”, carimbando definitivamente uma história que se repete desde que soou o último acorde de Let It Be.
Uma história de perpetuação e desenvolvimento de uma linhagem sonora que nasceu com Lennon & McCartney e reproduziu-se além dos limites da beatlemania ou dos anos sessenta.
A partir do fim dos Beatles, centenas de intérpretes e grupos lançaram obras fantásticas, muitas delas tão fiéis aos mestres que poderiam fazer parte de alguns dos seus clássicos álbuns.
O primogênito Badfinger, que gravou pelo selo Apple, produziu ótimos álbuns até meados da década de setenta, dentre os quais destaca-se o primeiro – Magic Christian Music, talvez o mais próximo da sonoridade “beatle”, e primeiro de uma série de clássicos.
O também inglês The Pleasers, por sua vez, com o álbum Thamesbeat, resgatou para aquela mesma década o merseybeat, que tinha sido soterrado pela distorção e pela eletrônica que marcou o início dos anos setenta.
E em meados da década, o grupo Klaatu com seu álbum de estréia, o clássico 3:47 E.S.T. alimentou a idéia, sustentado em uma impressionante semelhança sonora, de que seriam os Beatles de volta, disfarçados.
Já o grupo de Rutles, liderado pelo ex-Monthy Phyton, lançou pela Rhino Records o álbum homônimo, com capa, encartes e músicas parodiando os fab four, com grande qualidade e elegância.
O ex-Nazz Todd Rundgren, por sua vez, retorna aos tempos de sua ex-banda nos anos sessenta, e grava o clássico Deface The Music, lançado em 1980, no qual cada canção remete a um determinado momento da carreira dos Beatles.
Também americanos, o grupo The Spongetones, entre 1982 e 1984, liderado por Jamie Hoover, se encarrega de fincar a sonoridade beatle no pós-punk oitentista, gravando dois álbuns, depois reunidos no cd Beat & Torn, com canções que parecem terem sido escritas por Lennon & McCartney.
Na virada dos oitenta para os noventa, ainda nos Estados Unidos, o grupo Big Daddy produz um genial remake integral do clássico Sgt Peppers, como se ele tivesse sido gravado nos anos cinqüenta.
E, em outro canto do mundo, os escoceses The Kaisers, apesar do jeitão quase psychobilly, repescam nas águas do merseybeat em álbuns como Wishing Street, que poderia ter sido lançado em 1963.
Por fim, os novaiorquinos The Rooks, em pleno final de século, com guitarras Rickenbacker e as clássicas harmonias vocais, mantém a linhagem em clássicos álbuns, dentre os quais destaca-se o primeiro, lançado em 1993.
PARA OUVIR – Playlist especial “CHASQUI – Escola Beatles“, com seleção de Fernando Rosa.
Discografia sugerida:
David Graham – Beatle School Graduate, Class Of 70′ (Dog Turner)
The Rooks – The Rooks (Guardian/Pigstate Melodies)
The Kaisers – Wishing Street (Imperial)
Big Daddy – Sgt Peppers (Rhino Records)
The Spongetones – Beat and Torn (Black Vynil)
Utopia – Deface The Music (Rhino Records)
The Rutles – The Rutles (Rhino Records)
Klaatu – 3:47 E.S.T. ((Attic)
The Pleasers – Thamesbeat (Lost Moment Records)
Badfinger – Magic Christian Music (Apple)
Foto: Badfinger by Peter Timmullstein bild via Getty Images
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