A psicodelia se fez presente no rock nacional com suas guitarras distorcidas e letras lisérgicas desde o final dos anos sessenta, desdobrando-se em som progressivo e outras misturas afins até a primeira metade dos anos setenta, incorporando inclusive as sonoridades regionais, especialmente a nordestina.
Desafiando preconceitos, o gênero contribuiu para alargar os horizontes da música jovem brasileira, cujas estruturas conservadoras haviam sido abaladas pouco tempo antes pelo som de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé e Os Mutantes, no movimento batizado de Tropicalismo.
Sem apelo comercial, inicialmente o som psicodélico ficou restrito a grupos mais radicais, ao público mais descolado e sintonizado com o movimento hippie e a poucas gsravações, em raros e valiosos lps e compactos.
As primeiras manifestações psicodélicas ocorreram em São Paulo, por meio de grupos como The Beatniks, Os Baobás e The Galaxies, que introduziram em seus repertórios clássicos do gênero produzido nos Estados Unidos, especialmente.
Em 1969, o festival Primavera, organizado por Antônio Peticov, abortado pela repressão política da ditadura militar, traduzia na arte no cartaz e no lineup do evento (veja abaixo), a força da psicodelia naquele momento.
The Beatniks, grupo de palco do programa Jovem Guarda (Roberto Carlos) na TV Record, aliado ao agitador cultural e artista plástico Antônio Peticov, produziu ótimos compactos, com covers de Gloria (Them), Fire (Jimi Hendrix) e Outside Chance (The Turtles).
Os Baobás, que teve Liminha entre seus membros, também destacou-se por meio de cinco ótimos compactos e um LP, onde registraram sua paixão por Doors, Jimi Hendrix e Zombies, entre outros.
The Galaxies, misto de paulistas, americanos e ingleses, por sua vez, deixaram um raro e clássico álbum gravado em 1968, contendo canções originais e covers para Love, Donovan e outros ícones da geração flower power.
Ainda nos anos sessenta, outras bandas como The Beat Boys, Os Brazões e Liverpool produziram obras geniais que ficaram na memória de quem viveu a época.
The Beat Boys, depois de acompanhar Caetano Veloso em Alegria Alegria e Gilberto Gil em Questão de Ordem, gravou um excelente álbum, lançado em 1968, que contém alguns clássicos da psicodelia nacional, como Abrigo de Palavras em Caixas do Céu.
Os Brazões também gravaram apenas um ótimo e ultra-tropicalista lp, que contém Gotham City (regravada pelo Camisa de Vênus, nos anos oitenta), Pega a Voga Cabeludo (de Gil), Momento B8 (Brazilian Octopus) e Planador (Liverpool), entre outras pérolas sonoras.
Já o grupo gaúcho Liverpool é responsável por um dos melhores álbuns gravados nos anos sessenta – Por Favor, Sucesso -, destacando temas como Impressões Digitais, Olhai os Lírios do Campo e Voando, entre outras.
Menos conhecidos, grupos como Spectrum, Bango, Módulo 1000, Equipe Mercado e A Tribo também marcaram com suas misturas sonoras o início dos anos setenta.
O grupo Spectrum, de Nova Friburgo, com a trilha sonora do filme Geração Bendita, produziu um dos mais raros e desconhecidos discos de psicodelia dos anos setenta, com qualidade internacional.
O carioca Módulo 1000 marcou o início da década de setenta com seu som psicodélico-progressivo, registrado no disco Não Fale Com Paredes, outro clássicos do rock nacional de todos os tempos.
A Tribo, com Joyce, Toninho Horta e outros músicos que depois brilharam na MPB, e Equipe Mercado, tendo à frente a dupla Diana e Stull, transitaram entre a influência roqueira e as sonoridades regionais, deixando algumas poucas gravações.
A partir dessas primeiras experiências, e incorporando o som progressivo, inúmeros grupos transportaram a juventude brasileira para espaços mais livres e criativos, além dos limites impostos pela censura ditatorial.
Apoiados na riqueza musical nacional, os grupos misturaram rock, tropicalismo, barroco, jazz, erudito, som oriental, música regional e tudo o mais disponível para criar um dos universos sonoros mais criativos do planeta, naquele momento.
Grupos como A Barca do Sol, Som Nosso de Cada Dia, Moto Perpétuo, Som Imaginário, Terreno Baldio, Recordando o Vale das Maçãs, Soma, Veludo, Vímana e Utopia deram a sua contribuição de ousadia e de inventividade sonora e poética para a história do rock brasileiro.
Ainda, em meados dos anos setenta, Lula Côrtes, Zé Ramalho, Alceu Valença, Geraldo Azevedo e Paulo Raphael, especialmente, deixaram a marca de uma nova e vibrante mistura sonora, que resultou na posterior invasão nordestina.
Em 1972, com participação do maestro Rogério Duprat, Alceu Valença e Geraldo Azevedo produziram um disco em parceria, que trazia influências pós-tropicalistas, rock and roll e sonoridades nordestinas, que antecipou o clássico Paêbirú, O Caminho do Sol – raro e ultrapsicodélico álbum duplo, gravado em 1974, sob o comando de Lula Côrtes e Zé Ramalho.
Na seqüência, transitando para a afirmação dos ritmos mais regionais, Alceu Valença, Zé Ramalho e o grupo Ave Sangria (de Paulo Raphael), especialmente, ainda produziram peças com viés psicodélico, como Vou Danado Pra Catende (Alceu Valença), A Dança das Borboletas (Zé Ramalho) e Momento na Praça (Ave Sangria).
- A psicodelia tropicalista
Assim como a bossa-nova e a Jovem Guarda deram tratos ao jazz e a beatlemania, o tropicalismo é nossa psicodelia particular. Em nenhuma outra parte do mundo o gênero foi tão radicalmente reinventado. Unindo a explosão de Sgt Pepper’s com ritmos regionais, os tropicalistas gestaram um som próprio e, ao mesmo tempo, universal.
O segundo álbum de Gilberto Gil (1968), com acompanhamento dos Mutantes, é um dos grandes momentos do tropicalismo, especialmente por conter a canção Domingo no Parque.
Mas é no álbum de 1969 que estão as sonoridades psicodélicas mais radicais, especialmente por conta da fuzz-guitar de Lanny Gordin. As músicas Cérebro Eletrônico, A Voz do Vivo e o “cover” para 2001 são pedras do melhor ácido.
Caetano Veloso gravou com acompanhamento de Beat Boys (Alegria Alegria e No Dia Em Que Eu Vim Embora) e Mutantes (Eles) em seu segundo álbum (68).
No entanto, assim como Gil, seu disco mais psicodélico é o terceiro – de capa branca, que trás apenas o nome do artista escrito. Nele estão, novamente, alucinadas guitarras de Lanny e a faixa Acrilírico, com o hilário “peido” do maestro Duprat.
A nossa então Janis Joplin, Gal Costa também gravou álbuns com forte presença de sonoridades psicodélicas. São eles: os dois primeiros (69), o terceiro (Legal, 70) e o duplo ao vivo (Fa-tal, 71).
Os arranjos são de Rogério Duprat (nos dois primeiros) e Lanny Gordin toca guitarra em todos eles. O álbum de estréia, especialmente, integra as “want lists” (procurados) de colecionadores estrangeiros.
Ainda entre os tropicalistas, vale destacar as gravações de Tom Zé, principalmente em seu álbum de estréia (1968), e a clássica versão de Irene, que ele canta acompanhado de Duprat (tocando o famoso “piano preparado” à la John Cage), a cozinha dos Beatniks e, outra vez, de Lanny Gordin.
- No país do baurets
“Se você sempre chorou … se você nunca sonhou … faça como eu …”, receita o cantor, enquanto rola uma forte tragada, seguida de tosse e, ao final, risos e, quase sussurrados, os nomes de (L)úcia, (S)ônia e (D)ora.
A música que atende pelo sugestivo nome de 11 Mandamento, é do grupo mineiro de Jovem Guarda Os Apaches, e integra a coletânea BrasaShow, do selo local Paladium.
É uma das mais raras e explícitas, mas não a única música que registrou a presença das drogas na música dos anos 60 e 70.
Em 69, os cariocas The Brazilian Bitles, em clima frenético cantavam em Tema Baseado na Coisa: “vem e vai entrando companheiro, porque mesmo sem dinheiro aqui tem coisa pra gastar”.
“Eh … eh … fumacê … ah … ah fumaça … eh fumaceira, tá saindo do lado de lá, tem alguém queimando coisa, tá botando pra quebrar …”, também cantavam os Golden Boys, em Fumacê, que repete ao final as manjadas tossidelas.
Já o “careta” Erasmo Carlos cantou loas a sua Maria Joana, repetindo em ritmo caribenho, e arranjos de Rogério Duprat: “eu quero Maria Joana”, enquanto filosofava que “o amor, o amor vem como nuvem de fumaça”.
Espanando a fumaça, outros ingredientes também fizeram a cabeça da rapaziada, como o “MSLD” – um “barato” que os Mutantes derramaram na gasolina de seu Duny Buggy, canção do disco ‘Mutantes e Seus Cometas no País do Baurets’ (um dos apelidos da Maria Joana, na época).
A mesma sigla é estampada em letras garrafais na capa do compacto do cantor Fábio (autor do hit Stela), lançado em 68. Diz a letra de LSD (Lindo Sonho Delirante): “… Lindo sonho delirante, hoje eu quero viajar … onde está o meu castelo, meu tapete voador?”.
No mesmo ano, Raulzito e Os Panteras também chamavam “extra-oficialmente” sua versão para Lucy In The Sky With Diamonds (The Beatles) de ‘Lindos Sonhos Dourados”.
- Apenas uma pegadinha
Alguns músicos, mesmo que originários de outras praias sonoras, não escaparam de dar sua pegadinha na psicodelia.
O caso mais inusitado é, talvez, o da cantora Vanusa, conhecida por suas gravações de Jovem Guarda. Em 69, no entanto, ela apostou num mix de soul e psicodelia, no álbum ‘Vanusa’.
Com voz “Grace Slick” (cantora do Jefferson Airplane), ela canta o clássico “Atômico Platônico” e outras canções, com orquestras e guitarras distorcidas.
Outro que saltou da Jovem Guarda para dentro do caldeirão psicodélico foi o Tremendão Erasmo Carlos. Em 70, acompanhado dos Mutantes, Lanny Gordin e Rogério Duprat gravou o raro ‘Carlos, Erasmo …’. Entre outras, ele canta ‘Agora Ninguém Chora Mais’, com fuzz-guitar de Lanny.
Em 72, antes de comandar a “invasão nordestina”, a dupla Geraldo Azevedo e Alceu Valença desembarcou no Sul, reverberando tropicalismo e psicodelia.
Com arranjos de Rogério Duprat, apresentavam um tímido aperitivo da futura e explosiva mistura em canções como Me Dá Um Beijo e Mister Mistério.
A dupla Tony & Frankye destacou-se no que se chamou de funk-soul, produzido na primeira metade dos anos setenta. Em seu único álbum, produzido por Raul Seixas, usam e abusam de guitarras ultra-psicodélicas.
A música Trifocal, de Raulzito, é o melhor exemplo do que se poderia chamar de funk-psicodélico brasileiro. Ele também gravaram um compacto com a música “Adeus, Amigo Vagabundo”, em tributo a Brian Jones (ex-Stones).
Cantora e compositora, a bela Luiza Maria gravou um fantástico disco em 1974, desaparecendo inexplicavelmente a seguir. Com participação de Lulu Santos & Vímana, Rick Ferreira e Antônio Adolfo, entre outros, ela envolve suas canções com delicados climas psicodélicos. Para conferir: Maya, com solo de Lulu, e Universo e Fantasia.
O samba – via o Jorge Ben (67 & 69) também entrou na onda, enquanto o jazz-bossa instrumental produziu seus clássicos psicodélicos, do que é destaque o lp Som Psicodélico, como o grupo Fórmula 7, formado por Hélio Delmiro (guitarra), Cristóvão Bastos (piano) e outras feras.
Os Íncríveis também tiveram seu momento garageiro-psicodélico, especialmente no álbum ‘Os Incríveis Neste Mundo Louco”.
O crédito para essa inclusão se deve às geniais fuzz-guitars de Mingo e Risonho. E também pelo repertório, que junta The Troggs com The Rokes (italiano) e Los Brincos (espanhol).
- As bandas e artistas
Apresentamos aqui uma relação das principais bandas e intérpretes que fizeram a história da psicodelia brasileira, nos anos sessenta e setenta.
Os verbetes são sintéticos, e alguns deles foram publicados originalmente na revista ShowBizz (de novembro/2000).
Beatniks
Legenda do rock paulistano, The Beatnkis foi o grupo de palco do programa Jovem Guarda e, ao mesmo tempo, responsável por surpreendentes compactos garageiro-psicodélicos.
Entre 67 e 68, gravou quatro disquinhos pelo selo Rozemblit contendo covers para Turtles (Outside Chance), Them (Gloria) e Jimi Hendrix (Fire), entre outros. Em suas diversas formações, o grupo contou com Bogô, Regis, Nino, Márcio, Mário e Norival. Antônio Peticov produzia as capinhas psicodélicas da banda.
Código 90
Banda paulistana formada em 67 pelo ex-Top Sounds e Loupha, Marcos ‘Vermelho’ Ficarelli (guitarra), Mário Murano (teclado), Pedro Autran Ribeiro (vocal), Sérgio Meloso (bateria) e Vitor Maulzone, além do guitarrista Tuca.
Agitaram as domingueiras do Clube Pinheiros, em São Paulo, com apresentações psicodélicas, e deixaram apenas um raro compacto pelo selo Mocambo/Rozenblit – Não Me Encontrarás/Tempo Inútil (67).
Serguei
Com visual/postura rocker-hippie e uma discografia dispersa em raros compactos, Serguei é um ser psicodélico por natureza.
Em 67, gravou Eu Sou Psicodélico, As Alucinações de Serguei e o mix de rock-Jovem Guarda-protesto chamado Maria Antonieta Sem Bolinhos.
Em 69, com a banda The Cougars, gravou Alfa Centauro, um flerte com o tropicalismo, sem perder a acidez. Ouriço e Burro-Cor-de Rosa também são clássicos de sua discografia e da psicodelia nacional.
Os Baobás
Grupo que antecipou a chegada do hit Light My Fire (The Doors) no Brasil, em gravação que contou com o futuro Mutantes e produtor Liminha no baixo.
Inicialmente beat, enveredou pela psicodelia clássica “importada”, que resultou na gravação do único álbum em 68, contendo diversos covers (entre eles, Oranges Skies, do Love), pelo selo Rozemblit.
Também lançaram cinco compactos, com destaque para a versão de Paint It Black/Pintada de Preto (The Rolling Stones).
O grupo tocou com Ronnie Von, com quem gravou um compacto (Menina Azul) e flertou com o tropicalismo, acompanhando Caetano Veloso em shows, em substituição aos Beat Boys.
A primeira formação do grupo contou com Ricardo Contins (guitarra), Jorge Pagura (bateria), Carlos (baixo), Renato (guitarra solo) e Arquimedes (pandeiro).
Passaram pelas diversas formações da banda Rafael Vilardi (ex-O’Seis), Guga, Nescau, Tuca e Tico Terpins (depois Joelho de Porco).
Beat Boys
Um misto de brasileiros e argentinos radicados em São Paulo, o grupo Beat Boys ficou conhecido por acompanhar Caetano Veloso em Alegria Alegria, no Festival da Record e em disco.
Integravam o grupo Cacho Valdez (guitarra), Willy Werdaguer (baixo), Tony Osanah (vocal e pandeiro), Marcelo (bateria). Toyo (baixo e teclados) e Daniel (outra guitarra).
O grupo gravou um único álbum pela RCA Victor, lançado em 68, contendo Abre, Sou Eu (original do grupo argentino Los Bichos, de Billy Bond e covers radicais como Wake Me, Shake Me (The Blues Project).
The Galaxies
O garageiro The Galaxies era formado pelo inglês David Charles Odams (guitarra e vocal), pela americana Jocelyn Ann Odams (maracas e vocal) e pelos brasileiros Alcindo Maciel (guitarra e vocal) e José Carlos de Aquino (guitarra e bateria.
Lançado pelo selo Som Maior, o álbum contém cover para Orange Skies (Love) e composições próprias, como Linda Lee, de David e Carlos Eduardo Aun, o Tuca, ex-Lunáticos, e depois Baobás, que também toca no disco.
Suely & Os Kantikus
Grupo formado pela ex-O’Seis (o pré-Mutantes), Suely Chagas, mais os guitarristas Lanny Gordin e Rafael Vilardi (também do pré-Mutantes).
O grupo ganhou o Festival Universitário de São Paulo, em 1968, com a música Que Bacana. Na linha tropicalista, gravou um único compacto (Que Bacana/Esperanto), que traz Lanny em um dos seus melhores e mais radicais trabalhos de fuzz-guitar.
Brazilian Octopus
Apesar da orientação jazística, com pitadas de bossa nova, o grupo pincelava seu som com climas tropicalistas-psicodélicos (incluindo a logotipia do nome na capa do único álbum gravado).
A distorção ficava por conta de Lanny Gordin e sua guitarra fuzz e seu wah-wah em canções como As Borboletas e Momento B/8 (parceria do grupo com Rogério Duprat.
Integravam o grupo, entre outros, o multiinstrumentista Hermeto Paschoal e o guitarrista Olmir ‘Alemão’ Stocker.
A Bolha
Legendária banda do rock nacional, formada em 65, no Rio de Janeiro, pelos irmãos Cesar e Renato Ladeira (guitarra e teclados), mais Lincoln Bittencourt (baixo) e Ricardo (bateria), gravou um único compacto nesta fase, com o nome The Bubbles, em 66.
No final da década, assumiram o nome A Bolha e orientaram seu som para o hard rock, inicialmente, e depois para climas progressivos-psicodélicos. Em 1970, acompanharam Gal Costa na excursão a Portugal e assistiram ao festival da Ilha de Wight, na Inglaterra.
Com nova formação – Renato (teclados), Pedro Lima (guitarra), Arnaldo Brandão (baixo) e Gustavo Schroeter (bateria), gravou o clássico compacto Sem Nada/18:30 (Os Hemadecons Cantavam em Coro Chôôôôô …), em 1971, e mais dois álbuns – Um Passo à Frente (73) e É Proibido Fumar (77).
Liverpool
Com atitutude e visual “Jefferson Airplane”, e responsável por verdadeiras viagens sonoras nos palcos, transitou na fronteira do tropicalismo com a psicodelia universal, secundando os Mutantes em criatividade e, especialmente, qualidade instrumental.
Integravam o grupo, Mimi Lessa (guitarra), Edinho Espíndola (bateria), Fughetti Luz (cantor), Pekos (baixo) e Marcos (base).
Liverpool gravou o único álbum em 69, pelo selo Equipe, contendo elaboradas canções com fuzz-guitar no talo, a exemplo de Voando, Impressões Digitais e Olhai Os Lírios do Campo.
No início dos anos 70, ainda gravou mais dois compactos, um (duplo) para a trilha do filme Marcelo Zona Sul, e outro, sob o nome de Liverpool Sound, com as músicas Fale e Hei Menina.
Com o fim do grupo, seus integrantes, menos Pekos, juntam-se ao ex-A Bolha, Renato Ladeira, para formar o Bixo da Seda, que retornou ao rock and roll “stoniano” das origens da banda.
Mutantes
Um dos mais importantes grupos da história do rock, não apenas nacional, mas mundial, não ficando nada a dever aos grandes ícones da revolução musical dos anos sessenta.
Deixaram pelo menos três discos clássicos da discografia brasileira, com uma riqueza de idéias, de arranjos e de soluções instrumentais, que surpreendem até hoje, e provocam uma “redescoberta” por parte dos mais importante músicos nacionais e estrangeiros.
Apesar disso, permaneceram por um bom tempo ignorados, até serem relançados ainda em vinil pelo selo paulistano Baratos Afins, em meados dos anos oitenta.
Leia mais: A genealogia dos Mutantes e seus diversos planetas
Ronnie Von
Iniciou a carreira cantando Beatles, e com seu terceiro disco, que tem participação dos Mutantes, Beat Boys e arranjos de Rogério Duprat, acabou virando uma espécie de laboratório experimental do tropicalismo.
Mas sua mais importante contribiuição a história da psicodelia nacional é o o disco lançado em 68, com arranjos de Damiano Cozzela, que traz os mais radicais experimentos sonoros daquela segunda metade de década, somente igualados ou superados pelos Mutantes.
É neste disco que está a clássica Silvia, 20 Horas Domingo, regravada pelo grupo gaúcho Vídeo Hits, em meados dos anos dois mil, com participação do próprio cantor.
Ronnie Von ainda gravou mais dois álbuns com essa orientação: A Misteriosa Luta do Reino de Parassempre Contra o Império de Nuncamais e A Máquina do Tempo, o último antecipando o rock progressivo, que chegaria ao Brasil um pouco mais tarde.
Os Brazões
Grupo responsável por uma das melhores fusões de tropicalismo com psicodelia universal, festejada por Nelson Motta, na contra-capa do seu único álbum, lançado 70. Integravam os Brazões, Miguel (guitarra base), Eduardo (bateria), Roberto (guitarra solo) e Taco (baixo).
Tornaram-se conhecidos por acompanhar Gal Costa em shows e defender Gothan City, de Macalé e Capinam, no IV Festival Internacional da Canção Popular, em 69 (a mesma que ganhou cover punk do Camisa de Vênus, nos anos oitenta).
Lançaram um dos principais trabalhos da discografia psico-tropicalista, recheado de guitarras fuzz, contendo versões para clássicos como Pega a Voga Cabeludo, Volkswagen Blues e Modulo Lunar. Miguel, depois Miguel de Deus, entrou de cabeça na onda funk, gravando o álbum Black Soul Brothers (77).
Módulo 1000
Grupo de hard-psicodélico-progressivo formado no início dos anos setenta, considerando internacionalmente um dos melhores do gênero, ao lado do também carioca Spectrum. Integravam o grupo Luis Paulo (órgão, piano, vocal), Eduardo (baixo), Daniel (guitarra, violão, vocal) e Candinho (bateria).
Módulo 1000 gravou um único álbum chamado Não Fale Com Paredes, pelo selo Top Tape, em 71, e alguns poucos compactos. O lp original, incluindo a capa em três partes, foi relançado quase anonimamente pelo selo Projeto Luz Eterna (98).
Em setembro de 2000, o álbum também ganhou reedição em vinil na Alemanha, novamente com reprodução integral da arte original.
A música Lem Ed Êcalg (Mel de Glacê, ao contrário) ainda foi incluída na coletânea de bandas psicodélicas latinas Love, Peace & Poetry, ao lado do Som Imaginário.
O Bando
Outra banda que misturou MPB, música regional e pitadas de psicodelia. Em 69, lançou seu único álbum, com arranjos dos maestros Rogério Duprat, Damiano Cozzela e Júlio Medaglia.
Em clima tropicalista, cantam Jorge Ben, Caetano Veloso e os novatos gaúchos Hermes Aquino e Lais Marques. Integravam O Bando, Diógenes, a cantora Marisa Fossa (que depois gravou com Duprat), Américo, Dudu, Emílio, Paulinho e Rodolpho.
Blow Up
Nascido em Santos, com o nome The Black Cats, começou tocando rock instrumental, passou pela beatlemania e, no final dos anos 60, acabou na psicodelia.
Inspirado no filme homônimo de Antonioni, trocou de nome e gravou dois álbuns com a nova orientação: o primeiro em 69, e o segundo em 71, chamado apenas Blow Up, mas também conhecido como Expresso 21.
Integravam a primeira formação Robson (guitarra solo), Hélio (bateria), Tivo (baixo e vocal), Zé Luis (vocal), Nelson (teclado) e Adalberto (guitarra base).
Os Leif’s
Histórico grupo baiano formado pelo guitarrista Pepeu Gomes, seu irmão Jorginho, mais Carlinhos e Lico, que acompanhou Caetano Veloso e Gilberto Gil no show-disco Barra (69).
Também foi responsável pelo acompanhamento psico-tropicalista em diversas faixas do primeiro álbum dos Novos Baianos – Ferro na Boneca (70), com destaque para a fuzz-guitar de Pepeu.
Antes, os quatro músicos formavam Os Minos, que gravou dois compactos, pelo selo Copacabana, em 67.
Lula Côrtes & Zé Ramalho
Em parceria, a dupla produziu a síntese mais alucinada do que se poderia chamar de psicodelia brasileira: o álbum duplo Paêbirú (O Caminho do Sol), que mistura sonoridades regionais, experimentalismo tropicalista e influência do rock internacional.
Solo, Lula Côrtes gravou em 73, o também clássico Satwa, com participação de Lailson e do guitarrista Robertinho de Recife, onde repete a explosiva mistura em canções com nomes como Valsa dos Cogumelos ou Alegro Piradíssimo.
Zé Ramalho, por sua vez, cinco anos depois, também lançou Avohay reverberando a já fora de moda psicodelia em canções como A Dança das Borboletas.
Um álbum clássico, ainda por ser devidamente incluido entre as principais manifestações da mais radical psicodelia nacional e mundial.
Som Imaginário
Outro grupo que passeou com maestria nas fronteiras da psicodelia e do progressivo com a moderna MPB e toques de jazz, produzindo clássicos do gênero como Morse, Super God, Cenouras (… “vou plantar cenouras na sua cabeça”).
Integraram o grupo em suas várias formações mestres do instrumento, como Wagner Tiso (teclados), Luís Alves (contrabaixo), Robertinho Silva (bateria), Tavito (violão), Frederyko (guitarra), Zé Rodrix (teclados, voz e flauta), Laudir de Oliveira (percussão), Naná Vasconcelos (percussão) e, ainda, ocasionalmente, Nivaldo Ornelas (sax) e Toninho Horta (guitarra).
Gravaram os discos Som Imaginário (70), Som Imaginário – 2 (71) e Matança do Porco (73). Os três lps foram relançados conjuntamente em cd, em 98, pela gravadora EMI, enquanto a música Super-God (do primeiro lp) foi incluida na coletânea Love, Peace & Poetry – Latin American Psychedelic Music, lançada pelo selo alemão Q.D.K Media.
O Terço
Um dos mais expressivos grupos dos anos 70, O Terço transitou por todas as praias, indo do folk-rock ao progressivo, sempre com elementos psicodélicos.
Originalmente formado por Sérgio Hinds, Jorge Amiden, Vinicius Cantuária, gravou dois álbuns com orientação psicodélica (o primeiro) e progressiva (o segundo).
Em 1975, depois de alguns compactos, e incorporando o folk e sonoridades regionais, o grupo gravou Criaturas da Noite, com arranjos de Rogério Duprat e capa de Antônio Peticov.
Na mesma época, com as mesmas bases instrumentais, mas com vocais em inglês, o álbum foi lançado na América Latina e na Europa (no Brasil, saiu apenas um compacto com Criaturas da Noite/Queimada – Creatures of Night/Shining Days, Summer Nights).
O Terço ainda gravou outro clássico da discografia roqueira nacional, o álbum Casa Encantada (lançado em um “dois em um” junto com Criaturas da Noite).
Spectrum
Um dos mais raros grupos de psicodelia do Brasil, formado eventualmente pelos atores e participantes do filme Geração Bendita, dirigido por Carlos Bini e rodado em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, em 1971.
Denominado Spectrum, o grupo integrado pelos músicos/atores Toby, Fernando, Caetano, Serginho e David gravou o disco Geração Bendita, com letras falando do clima do filme e da época e guitarras distorcidades.
Lançado no mesmo ano, o disco é uma das peças mais raras da discografia do rock nacional, com edição apenas no exterior.
Equipe Mercado
Liderado pela dupla Diana & Stull, agitavam a cena carioca com seu rock psicodélico no início dos anos 70. Também integravam o grupo, Leugruber e Ricardo Guinsburg (guitarras, violões e vocais), Carlos Graça (bateria) e Ronaldo Periassu (percussão e texto).
Participaram do show Betty Faria, Leila Diniz e o Mercado Na Deles, dirigido por Neville D’Almeida, com texto de Luis Carlos Maciel (editor da Rolling Stone). Participaram de coletânea ao lado de Som Imaginário, Módulo 1000 e Tribo, com a música Marina Belair.
A Tribo
Outro grupo que transitou entre MPB, jazz e sonoridade regionais, com roupagem psicodélica. Integravam o grupo os músicos Toninho Horta, Joyce, Novelli, Hélcio Milito, Nelson Angelo e Naná Vasconcelos.
O grupo gravou as músicas “Kirye” e “Peba & Pebó”, presentes na coletânea lançada pela Odeon, ao lado dos grupos Módulo 1000, Equipe Mercado e Som Imaginário.
Bango
Um dos raros grupos contemporâneos que demonstrou explícita influência dos Mutantes, que pode ser conferida em seu único álbum (Musidisc, 71).
Som pesado, fuzz-guitar e letras viajandonas produziram um som com qualidade internacional. Seus integrantes – Aramis, Sérgio, Elydio e Roosevelt – eram oriundos do grupo carioca de Jovem Guarda, Os Canibais, autor de um ótimo disco (68), contendo covers de Turtles, Outsiders (EUA) e Turtles.
Matuskela
Grupo brasiliense liderado por Anapolino (Lino), mais Didi, Toninho Terra, Zeca da Bahia e Vandão, que fez grande sucesso local no início dos anos setenta.
Gravaram um lp chamado Matuskela, pelo selo Chantecler, com sonoridade folk-psicodélica, destacando-se a canção A Idade do Louco, de Zeca da Bahia e Clodo, que fez parte do trio Clodo, Clésio & Climério.
A capa do álbum, com o grupo sentado em uma gigante mão de pedra, é outra raridade da iconografia nacional.
Damião Experiência
Autodefinindo-se como “doidão” e influenciado por Jimi Hendrix, produziu raros e surpreendentes discos, misturando psicodelia, blues, sons afro-orientais, guitarras “Frank Zappa” e letras absurdas e incompreensíveis.
Lançou seu primeiro disco em 74, intitulado Damião Experiência no Planeta Lamma, que abriu caminho para outras clássicas raridades, como Damião Experiença Chupando Cana Verde no Planeta Lamma e Em Boca Calada Não Entra Mosca, Só Felicidade.
Scaladácida
Formado por Fábio (guitarra), Bartô (teclados), Sérgio Kaffa (baixo) e por Ritchie (flauta e vocais) brilhou no cenário underground paulistano da primeira metade dos anos 70. Com a maioria das letras em inglês, realizou shows sensacionais, mas não chegou a gravar.
Seu integrante mais importante, antes de ressurgir nos anos 80 com Menina Veneno, ainda integrou o trio Soma e os grupos A Barca do Sol e Vímana – neste, ao lado de Lulu Santos, Lobão e Fernando Gama.
Flaviola e o Bando do Sol
Outro representante da geração nordestina pós-tropicalismo, que teve em Paêbirú, de Lula Côrtes e Zé Ramalho, sua expressão mais radical.
Também pernambucano, Flaviola e o Bando do Sul gravou apenas um álbum, lançado pelo selo local Solar, em 1974.
Com base em ritmos regionais, produziram um raro mix de folk-rock-psicodelia, que permanece com extrema atualidade. Instrumental rico, na base de violões, violas, guitarras, flautas e percussão.
Soma
Trio formado pelo ex-The Outcasts, Bruce Henry (baixo), mais Jaime Shields (guitarra), Alírio Lima (bateria e percussão) e Court (vocal e flauta) – ou seja, Richard Court, o futuro Ritchie.
Participaram do lp O Banquete dos Mendigos, gravado ao vivo em 1974, em comemoração dos 25 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, com a música P.F., com letras em inglês.
O grupo ainda gravou mais quatro músicas, que integram a obscura coletânea Barbarella, lançada em 1971.
A Barca do Sol
Em meados dos anos setenta, a Barca do Sol “botou pra quebrar” na cena underground, produzindo uma refinada mistura de MPB, sonoridades progressivas/psicodélicas, instrumental quase barroco e poesia (Geraldinho Carneiro).
A apresentação das músicas do lp Durante o Verão, em forma de cardápio, define o clima da Barca do Sol: O Banquete (sal de frutas, Sargent Pepper’s, sopa de cabeça de bode) … Beladonna, Lady od The Rocks (cogumelos, candomblé, corações solitários) …
Espécie de padrinho do grupo, Egberto Gismonti produziu o primeiro álbum, que introduzia o uso de sintetizador em duas faixas, novidade na época.
A Barca do Sol gravou três discos: A Barca do Sol (74), Durante o Verão (76) e Pirata (79), os dois primeiros reeditados no formato dois em um. A Barca do Sol, entre 74 e 81, contou com Jacques Morelembaum, Nando Carneiro, os irmãos Muri Costa e Marcelo Costa, Beto Resende, Marcelo Bernardes, Alan Pierre e David Ganc, além de Stull e Richard Court, o Ritchie.
Moto Perpétuo
Liderado pelo ex-Brazilian Boys, Guilherme Arantes, que depois fez sucesso como compositor e intérprete solo, gravou um álbum com forte influência do psicodélico-progressivo na linha “Yes”.
Integravam o grupo, além de Arantes (teclados e vocal), Egydio Conde (guitarra solo e vocais), Diógenes Burani (percussão e vocais), Gerson Tatini (baixo e vocal) e Claudio Lucci (violão, violoncelo, guitarra e vocal). O disco tem produção de Pena Schmit.
Perfume Azul do Sol
Grupo paulista formado por Ana (voz e piano), Benvindo (voz e violão), Jean (voz e guitarra) e Gil (bateria e vocal). Com visual hippie e psicodelia derivada de ritmos e instrumental regionais, gravaram um único álbum – Nascimento -, pelo selo Chantecler, em 1974. O baixista Pedrão, depois integrou o Som Nosso de Cada Dia, ao lado do ex-Íncríveis, Manito.
Casa das Máquinas
Transitando entre o glam e o hard rock, o grupo Casa das Máquinas gravou o álbum Lar das Maravilhas (75), um clássico do mix psico-progressivo nacional.
Liderado pelo ex-baterista dos Incríveis, Netinho, o Casa contava ainda com o ex-Som Beat, Aroldo Santarosa, Pisca, Carlos Geraldo, Marinho, Marinho II, Simba.
O futuro vocalista do Golpe de Estado, Catalau participava do grupo, dividindo a autoria de várias canções.
Ave Sangria
Na onda da “invasão nordestina”, o Ave Sangria foi uma das primeiras e mais radicais bandas, misturando sonoridades regionais, blues e rock com roupagem psicodélica.
Formada por Marco Polo (vocais), Almir (baixo), Israel Semente (bateria), Juliano (percussão), contava ainda com a presença de dois grandes guitarristas.
Ivson Wanderley (Ivinho), que também gravou um raro álbum de viola ao vivo no Festival de Montreaux, e Paulo Raphael, que depois tocou com Alceu Valença.
A banda gravou apenas um luminoso e instigante álbum, destacando as faixas Dois Navegantes, Momento na Praça, Cidade Grande e a instrumental Sob o Sol de Satã.
Utopia
Legenda do rock rock gaúcho, que agitou a cena local em meados dos anos setenta. Misturando sonoridades regionais, músicas árabe e folk rock, realizou shows memoráveis na capital gaúcha.
Integravam o grupo Bebeto Alves – que desenvolveu carreira solo – (guitarra, viola de 12 e flauta), Ricardo Frota (violino) e Ronald Frota (violões).
Deixaram apenas registros radiofônicos (na legendária rádio Continental), tendo um deles – Coração de Maçã, resgatado no cd A Música de Porto de Alegre.
Som Nosso de Cada Dia
Liderado pelo multiinstrumentista Manito, ex-integrante do grupos Os Incríveis (antes, The Clevers), o Som Nosso de Cada Dia foi um dos expontes do som psicodélico-progressivo dos anos setenta.
Ao lado de Manito estavam Pedrinho (baterial e vocal), Pedrão (baixo, viola e vocal). Além de Marcinha (coro), ainda participaram do grupo Egídio (guitarra), Dino Vicente (teclados) e Rangel (percussão).
O grupo gravou dois lps, Snegs (1975) e Som Nosso de Cada Dia (1976).
Veludo
Uma das legendas do hard rock-progressivo nacional, formado por volta de 1974 por Nelsinho Laranjeiras (baixo), Elias Mizrahi (teclados), Paul de Castro (guitarra) e Gustavo Schroeter (bateria).
Responsável por longas jams instrumentais, teve um desses momentos resgatado com o lançamento de cd contendo o show realizado no festival Banana Progressiva, realizado em São Paulo, em 1975.
Vímana
Espécie de ponte entre os anos setenta e oitenta, o Vímana se destacou na cena carioca com seu hard-progressivo.
Formado em 1974, contava com Lulu Santos (guitarra), Lobão (bateria), Fernando Gama (baixo) e Ritchie (vocais).
Deixaram gravado um compacto, contendo a música Zebra e participaram de discos de outros artistas, como Luiza Maria e Fagner (nas músicas Riacho do Navio e Antônio Conselheiro, do disco Ave Noturna).
Marconi Notaro
Contemporâneo de Lula Côrtes, Zé Ramalho e Lailson, Marconi Notaro gravou o LP No Sub Reino dos Metazoários, na linha de obras clássicas como Paebirú e Satwa.
Lançado em 1973, e um dos mais raros da discografia nacional, o disco contém peças da mais radical psicodelia nordestina pós-tropicalista.
Participam do disco Zé Ramalho, Lula Côrtes, Robertinho de Recife e outros músicos da região.
Texto anteriormente publicado em Senhor F – A Revista do Rock, em meados dos anos dois mil.
Foto – Capa do disco Criaturas de Noite, da banda O Terço, com arte do artista plástico Antônio Peticov..
- “Pintada no outono de 1974 em minha casa fora de Milão, essa tela foi concebida na esperança que fosse reproduzida na capa de algum disco, o que aconteceu quando o grupo O Terço a escolheu para ser a capa do LP Criaturas da Noite” – Peticov
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