O boom cultural do pós-guerra civil no Congo dos anos 60 & 70 contava com orquestras que se tornaram lendas, em especial OK Jazz (de Franco), African Fiesta National, African Fiesta Sukisa e Les Bantous de la Capitale.

Neste cenário de hegemonia da rumba congolesa (ouça a playlist), uma orquestra de “segunda linha” revolucionou a música do continente e se tornou o artista africano mais vendido da gravadora Pathé Marconi por vários anos.

Com dez temas, o primeiro disco sob o título de “76”, foi lançado em 1975, seguido de mais quatro LPs, algumas dezenas de singles e duas coletâneas – a capa de uma delas ilustra a manchete desta matéria de Senhor F.

Evolução da Super Band criada em 1964, a Orchestre Sinza contribuiu decisivamente para a formação da chamada “terceira escola” da música congolesa, influenciando principalmente a banda Zaïko Langa Langa.

  • Grupo formado em Brazzaville, República do Congo, por Hyacinthe Malonga, Gabriel Dianzolo, Jacques Kimbembe e Anatole Bokassa; Pierre Moutouari juntou-se ao grupo em 1968.

O historiador britânico Gary Stewart (autor do livro Rumba on the River) credita ao guitarrista Jacques Kimbembe e a Super Band (futura Orchestre Sinza) a introdução do soukous na vida noturna – festiva e dançante – de Brazzaville em meados dos anos 60.

Uma guitarra dançante

Segundo especialistas, a técnica de guitarra solo de Kimbembe dobrava notas em colcheias, diferente do padrão convencional de semínimas, e introduzia seções de dança de estilo livre propícias ao movimento festivo.

Com a entrada do cantor Pierre Moutouari, a popularidade da Orchestre Sinza cresceu, resultando na primeira turnê em Paris e a assinatura de contrato com a gravadora francesa Pathé Marconi.

Foto: Senhor F Social Club.

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