O “son cubano” é o tio mais velho do rock and roll. A afirmação é de Robert Palmer, um dos mais respeitados musicólogos de todos os tempos.

Aos cubanos Los Hot Rockers, formado pelo pianista Raul Ondira e pelo cantor Tony Escarpenter, é ainda creditado por muita gente o pioneirismo do gênero em língua espanhola.

O son é também, claro, o pai da salsa e meio-irmão do mambo e do cha-cha-cha. Mais do que isso, é a mais perfeita fusão entre a música africana e latina (veja abaixo).

Natural da região oriental da ilha, o ritmo foi levado para Havana por soldados cubanos, em 1909.

Segundo contam historiadores da ilha de Fidel Castro, o primeiro grupo que tocou son foi o Cuarteto Oriental, formado por Guillermo Castillo, em 1917.

Na década de 20, os grupos Sexteto Habanera e Septeto Nacional de Ignácio Piñeiro agitaram a capital cubana com o novo ritmo.

A popularização do son e sua dança sensual levou a ditadura colonial a proibir sua execução pública, assim como aconteceu com o samba no Brasil e o rhythm’n’blues nos Estados Unidos.

A perseguição durou cerca de cinco anos, mas não impediu o crescimento do son entre os cubanos e a exportação da música cubana para o resto do mundo.

Ao longo das décadas, o son afirmou-se como a mais profunda síntese da cultura musical cubana, importância amplificada pela projeção mundial do show/disco/filme Buena Vista Social Club.

Nesse longo período, destacaram-se artistas clássicos como Benny Moré, o já citado Ignacio Piñeiro e Célia Cruz, e outros mais modernos como Grupo Irakere (sob direção musical de Chucho Valdez).

A Orquestra Maravilhas de Florida, da província cubana de Camaguey (veja abaixo), destacou-se nos anos 60 e 70, e Son 14 se tornou um dos grupos mais populares nos anos oitenta.

El son na ha muerto

Isso tudo pode ser ouvido, com riqueza de detalhes, na coletânea El Son No Ha Muerto – The Best Of Cuban Son, editada pelo selo americano Rhino Records, em 2001.

Organizada por Nina Lenart, a seleção traz dezesseis clássicos do son, incluindo os intérpretes acima citados e outros que cobrem os principais estilos do gênero e suas respectivas épocas.

As gravações abrangem um período que vai desde os anos vinte até os anos noventa, reunindo os principais intérpretes e os grandes sucessos, além de raridades.

A influência na África

O son, em especial, e outros gêneros com a rumba, influenciaram a sonoridade da música africana moderna (ouça na série África Infinita, de Senhor F Social Club).

Abaixo um tema de son com o cantor e compositor Gnonnas Pedro, de Benin.

Matéria atualizada e originalmente publicada em Senhor F, assinada por Marcos Black (aka Fernando Rosa).

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