Em 1986, o mundo “descobriu” Youssou N’Dour por sua participação na música In Your Eyes, um megahit do ex-baterista da banda inglesa Genesis, Peter Gabriel.
No álbum So, o quinto solo de Gabriel, N’Dour cantava a parte final da música em versão wolof, língua falada na África Ocidental, principalmente no Senegal.
Natural do Senegal, o cantor e compositor havia lançado naquele mesmo ano o seu primeiro disco solo, Nelson Mandela (veja no vídeo acima), tributo ao herói anti-apartheid sul-africano.
Antes disso, em 1982, o grupo senegalês Xalam participou do álbum Undercover (ouça aqui) dos ingleses The Rolling Stones, e abriu shows das turnês do trio Crosby, Stills & Nash (1983) e do ex-Led Zeppelin Robert Plant (1985).
A origem em Dakar
O que atraiu Gabriel, outros músicos e a crítica musical “ocidental” foi a sonoridade particular do mbalax e, particulamente, de N’Dour e sua banda The Super Etoile, uma das mais famosas da África.
Nos palcos desde os 12 anos, Youssou N’Dour é o inventor do mbalax, gênero que fundiu as tradições musicais do povo Serer – um dos maiores grupos étnicos do Senegal – com a música pop ocidental.
O mbalax cresceu com bandas que tinham N’Dour à frente, Star Band e Super Diamono inicialmente e, posteriormente, o Etoile de Dakar (1979) e a The Super Etoile, em 1981 – ouçam abaixo.
O segredo da sonoridade do mbalax era a combinação da rica e marcante percussão e os vocais tradicionais em wolof com jazz, soul, funk e o pop latino – especialmente dos ritmos cubanos.
“No coração da música mbalax está o tambor sabar (veja no vídeo abaixo), um instrumento de percussão da África Ocidental e o estilo musical em njuup“, segundo o site MasterClass.
“O sabar, junto com o tambor falante, xalam (instrumento de cordas como um alaúde; vídeo acima) e balafon (uma forma de xilofone da África Ocidental), formam a espinha dorsal rítmica da música mbalax”, explica o texto da MasterClass.
A mistura ficou completa com a inclusão e a modernização do “griot”, o contador de histórias que coleta, preserva e compartilha a cultura e a história da África Ocidental.
Outros artistas contribuíram para a difusão do “mbalax”, destacando Thione Seck (ex-Baobab) e seu grupo Raam Daan, Alioune Mbaye Nder, Fallou Dieng,Thione Seck e Viviane N’Dour.
Foto: Senhor F Social Club.
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