A história da construção da moderna música africana tem seu epicentro no Congo Belga, quando o país emergiu da dependência colonial.

O Congo Belga existiu até a independência do país, em 30 de junho de 1960, quando o país passou a se chamar República do Congo (Léopoldville).

Em  1º de agosto de 1964, teve o nome alterando para República Democrática do Congo para diferenciar da vizinha República do Congo, o antigo Congo francês.

Rebatizada para Quinxasa em 1966, Léopoldville tornou-se um caldeirão de sincretismo musical entre os ritmos africanos e as melodias europeias, caribenhas e cubanas.

O florescimento cultural e musical produziu músicos e músicas e, junto, uma nascente indústria discográfica que eternizou a magia e a criatividade daquele momento.

Na época, surgiram cinco grandes editoras do Congo, a Opika, Loningisa, Esengo, Olympia e, especialmente, a Ngoma que melhor traduziu a sonoridade emergente.

Fundada pelo grego Nicolas Jéronimidis em 1948, morto precocemente em 1951, a gravadora seguiu adiante pelas mãos de Nikis Cavvadias e Alexandros Jéronimidis.

Entre 1948 e 1971, a Ngoma registrou mais de 4.500 músicas, preservadas para a história da África e do mundo por colecionadores de todo o mundo.

Onde saber mais e ouvir todas as canções

Os temas com os pioneiros, gravados e divulgados ao vivo, nas rádios ou em toca-discos pessoais, resultaram no que ficou conhecido mundialmente como “rumba congolesa“.

Artistas como Manuel d’Oliveira de San Salvador, Antoine Kolosoy “Wendo” de Bandundu e Léon Bukasa de Katanga, se tornaram as primeiras estrelas da cena.

Em dezembro de 2021, a Unesco declarou a Rumba Congolesa patrimônio cultural imaterial da humanidade, afirmando a importância do gênero.

Em 6 de outubro de 2023, a gravadora Planet Ilunga Records lançou a coletânea em 3 LPs (42 títulos) e 3 CDs (69 títulos), com a colaboração de colecionadores e especialistas.

A coletânea abrange registros entre os anos de 1948 a 1963, resgatados de LPs, singles em 45 RPM, compilações anteriores e arquivos diversos.

Músicas lendárias, mas inéditas, foram rastreadas, algumas delas emergindo de estoque morto em uma loja de discos esquecida na Tanzânia, segundo os organizadores.

A obra ainda traz traz streaming ilimitado no aplicativo gratuito do Bandcamp, além do download de alta qualidade em MP3, FLAC e outros bônus especiais.

Conheça a Planet Ilunga e seu catálogo

A Planet Ilunga Records, com sede em Bruxelas, produz desde 2013 uma série de gravações dedicadas à história da música popular congolesa.

Entre seus lançamentos estão como Franco e OK Jazz, Docteur Nico, Orquestra Rock-a-Mambo e Joseph Kabasele & Jazz Africano, ícones da rumba congolesa.

PARA OUVIR – Playlist especial ÀFRICA INFINITA – Rumba Congolesa, com temas clássicos do gênero, por Fernando Rosa.

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