A conexão musical Brasil x Caribe (13 países; mapa abaixo) não passou apenas pelo Norte do Brasil, segundo o entendimento mais difundido.
O mesmo intercâmbio ocorreu com a cena musical de Salvador, na Bahia, especialmente via o Axé, nos anos oitenta e noventa, e em sua gênese nos anos anteriores.
Resultado da fusão de diferentes sonoridades, não apenas africanas, o Axé incorporou vários ritmos e gêneros musicais, incluindo latinos e caribenhos.

Salvador afro-caribenho
Nesta primeira edição da série O Grande Caribe – Conexões, trazemos a versão de Luiz Caldas para a música “Ça moin di ou fé“, da banda Black Affairs, de Dominique.
Incluida no repertório do disco Nós, lançado em 1990, a música rebatizada para Mama Yayá, teve versão de Luiz Caldas, com crédito errado dos autores – “Black Aplaire”.
O “erro”, no entanto, apenas repetiu o crédito anterior no disco Lambadas Internacionais – Volume 3 (veja e ouça abaixo), série de álbuns lançados pela gravadora Gravasom, de Belém.
A música abre o lado B do álbum de estreia da banda dominicana Black Affairs, “ça wake“, lançado em 1976, pelo selo 3A Production, um dos mais importantes da região.
Destaque da cena cadence-lypso
A banda Black Affairs foi um dos destaques da explosão do cadence-lypso nas ilhas do Caribe nos anos 70, movimento musical iniciado pela banda dominicana Exile One.
Também de Dominique, Black Affairs integrou a cena ao lado de Grammacks, Liquid Ice, Midnight Groovers e Belles Combo, entre outros grupos das ilhas da região.
Unindo influência do compas do Haiti com o calypso de Trinidad & Tobago, jazz, blues e reggae jamaicano, o cadence marcou a geração musical da região nos anos setenta.
Veja a localização dos 13 países do Caribe

Foto: Senhor F Social Club.
Deixe um comentário